Amor Entre Amigos: O Casamento
Depois de cair em um golpe, um homem precisa correr contra o tempo para planejar o casamento luxuoso de um investidor importante.
Análise de “Amor Entre Amigos: O Casamento”
Em um movimento digno de aplauso, a Netflix tem feito um esforço para diversificar seu catálogo, abraçando filmes de diversos cantos do mundo, com um foco particular nas produções africanas. A plataforma tem permitido ao público brasileiro uma janela única para o cinema de países como África do Sul, Nigéria, Marrocos e Quênia. Entretanto, enquanto a iniciativa é louvável, a qualidade das produções selecionadas poderia ser melhor avaliada. Um exemplo dessa discrepância é o filme nigeriano “Amor Entre Amigos: O Casamento” (Disconnect: The Wedding Planner), uma decepção cinematográfica vinda do continente africano.
Este longa, sequência do “Disconnect” de 2018 – que apesar de desconhecido por muitos no Brasil, parece ter tido certo sucesso em terras quenianas – traz a trama de um homem que, após ser enganado, tem a tarefa hercúlea de organizar o casamento luxuoso de um investidor de peso. Embora tenha a premissa de um romance comum, o que deveria destacá-lo é sua representatividade, apresentando um elenco majoritariamente negro, o que é congruente com a realidade demográfica nigeriana.
Porém, infelizmente, representatividade por si só não faz um filme ser bom. “Amor Entre Amigos: O Casamento” sofre com uma montagem desordenada e cortes abruptos que fazem o filme parecer mais um projeto amador do que uma produção profissional. Mesmo que os atores se esforcem genuinamente para dar vida à trama, são reféns de um roteiro superficial e uma direção falha. O único respiro em meio a tantos deslizes é uma fotografia que tenta ser artística, mas que não consegue, por si só, redimir a obra de suas falhas evidentes. Em resumo, enquanto a intenção da Netflix de globalizar seu catálogo é admirável, a seleção criteriosa de títulos poderia garantir que a representatividade viesse acompanhada de qualidade.