Minha Culpa
Noah é obrigada a mudar de cidade, deixando seus amigos e namorado para trás, após sua mãe se casar com um novo marido rico. Lá ela conhece Nick, seu novo meio-irmão, e os dois se apaixonam loucamente, vivendo um grande romance proibido.
Análise de “Minha Culpa”
A incursão dos romances adultos nos serviços de streaming reflete uma demanda crescente por narrativas que exploram as complexidades das relações íntimas. Com um público variado, que abrange desde os mais jovens até os mais maduros, a produção de filmes do gênero “romance hot” parece seguir uma tendência ascendente, encontrando espaço em datas comemorativas como o Dia dos Namorados. Nesse contexto, o lançamento de “Minha Culpa” no Prime Video promete ser uma adição aquecida ao catálogo do serviço, prometendo atiçar as emoções e o clima sob os cobertores.
No entanto, “Minha Culpa” apresenta uma execução que deixa a desejar em termos de coesão narrativa. A película sofre com transições abruptas e lacunas na continuidade que interrompem o fluxo da história. Exemplificando, a desconcertante transição de uma cena na praia para outra, onde uma criança surge sem qualquer introdução prévia, reflete uma montagem que necessitava de maior atenção aos detalhes e ao desenvolvimento da trama.
O filme, uma adaptação das obras de Mercedes Ron, parece ter sido refém de escolhas difíceis durante sua concepção. O roteiro, guiado por Domingo González, demonstra uma preferência marcante pelo desenvolvimento do romance entre os personagens principais em detrimento de uma exploração mais aprofundada e coesa do universo narrativo e seus componentes secundários, resultando em um enredo que por vezes se mostra desconexo e superficial.
Entretanto, é nas cenas de ação e intimidade que González encontra seu ponto forte. As sequências de corrida e perseguição de carros são executadas com competência, proporcionando a adrenalina necessária para complementar o calor das interações românticas. As cenas de maior carga erótica, apesar de não serem explicitamente gráficas e sofrerem cortes, ainda assim são eficazes em manter o interesse e a excitação do público.
Em suma, “Minha Culpa” acerta no que se propõe a ser um romance adulto no gênero hot, mas tropeça em sua narrativa fragmentada. O filme consegue, ainda assim, engajar seu público no calor dos momentos íntimos, mesmo que deixe a desejar na solidez de sua estrutura narrativa.