O Amor Mandou Mensagem
Mira Ray, ainda tentando superar a morte de seu noivo, manda uma série de mensagens para seu número antigo, não sabendo que o mesmo foi transferido para Rob Burns, um jornalista. Ele acaba ficando intrigado e cativado pelas mensagens românticas. Quando é designado a escrever um perfil da cantora Celine Dion, ele pede conselhos a artista em como pode conhecer Mira pessoalmente (sem ser esquisito) e conquistar seu coração.
Análise de “O Amor Mandou Mensagem”
Na mais recente incursão de Strouse pelos já bem trilhados caminhos do cinema romântico, o diretor e roteirista não pretende reinventar o gênero, mas sim entregar um trabalho que, dentro de suas limitações narrativas, consiga se destacar. E isso ele faz, em parte, graças ao entrosamento palpável entre Heughan e Jonas, e à inegável presença magnética de Dion, cuja atuação transcende as expectativas a cada aparição.
Contudo, a tarefa de destacar-se num mar de produções similares é comprometida pela previsibilidade que permeia o filme. Os clichês estão lá, enraizados em cada reviravolta, cada conflito, tornando o que poderia ser uma experiência de cinema mais imersiva em um exercício de adivinhação cinematográfica, onde as surpresas são poucas e espaçadas.
O filme não almeja dissertar sobre as complexidades do amor de maneira filosófica, mas sim demonstrar como, mesmo nos capítulos mais sombrios da vida, o amor pode florescer. Mira, personagem levada a um encontro pela insistente irmã Suzy, vivida por Sofia Barclay, acaba confrontada com a própria solidão e a proximidade do desistir, mas é na companhia de Rob, em uma noite de ópera marcada pelas memórias do amado que já se foi, que ela descobre que o amor não está destruído, mas sim desgastado e à espera de reparo.
Esse filme poderia facilmente cair na armadilha de ser apenas mais uma narrativa esquecível, não fossem os momentos de genuína conexão entre os personagens e a habilidade de Strouse em dirigir esses momentos para que ressoem com o espectador. É nesses interstícios, onde os clichês dão lugar à emoção autêntica, que o filme encontra seu verdadeiro valor.