Blondi e Mirko são melhores amigos. Adoram viver juntos, ouvem as mesmas músicas, assistem aos mesmos filmes,ir a concertos, têm os mesmos amigos, tudo é perfeito entre eles… mas, embora parecem quase da mesma idade, Blondi é a mãe de Mirko.

Análise de “Blondi”

O filme em questão parece ter se perdido em suas próprias ambições, resultando numa experiência que o crítico descreve como desapontadora. As escolhas estilísticas, como a inclusão de trilhas sonoras underground do Velvet Underground, não encontram ressonância dentro do contexto apresentado, contribuindo para uma desconexão com a narrativa. O roteiro é criticado por não permitir um desenvolvimento satisfatório dos personagens, deixando-os estagnados e sem um arco evolutivo perceptível.

Um aspecto particularmente criticado é a recorrência temática ao uso de maconha, que é apresentado de forma exaustiva, remetendo a uma característica dos filmes dos anos 70 que enfatizavam o tabagismo. A repetição dessa temática acaba por cansar o espectador, segundo o crítico, tornando a experiência tediosa.

No que diz respeito à representação de relações familiares, o filme parece optar por uma abordagem moderna de “amizade” entre mãe e filho, que o crítico considera um mau exemplo, argumentando que a dinâmica familiar tradicional de autoridade é subvertida de maneira imprudente.

Embora Dolores Fonzi seja reconhecida por seu talento e versatilidade, passando da comédia ao drama, sua performance é vista como inconsistente, por vezes caricata, e não consegue salvar o filme de suas falhas intrínsecas. Em momentos de comédia, a atuação é percebida como forçada, não se encaixando no tom geral do filme.

Por outro lado, a trilha sonora é mencionada como um ponto positivo, destacando-se entre os poucos aspectos agradáveis do longa.

Em um panorama mais amplo, o crítico faz uma comparação com diretores renomados como L. Martel ou Anna Katz, sugerindo que existem melhores exemplos no cinema que poderiam inspirar obras mais coesas e impactantes.

Finalizando, a crítica oferece um conselho a Dolores Fonzi: que ela se mantenha na atuação sob a direção de terceiros, onde sua habilidade como atriz possa ser melhor explorada e guiada, em vez de se aventurar em produções que não demonstram o mesmo nível de profissionalismo e clareza artística.