A Freira 2
Quatro anos após os acontecimentos na abadia de St. Carta, a Irmã Irene (Taissa Farmiga) regressa mais uma vez e depara-se com a força demoníaca de Valak, a Freira (Bonnie Aarons).
Análise de “A Freira 2”
O mais recente filme do “Invocaverso” sob a direção de Michael Chavez e o olhar atento do produtor James Wan, continua a fascinar com sua maestria técnica e estética. A edição, sonografia e todos os elementos técnicos são executados com uma habilidade que só pode ser descrita como excepcional. Para os entusiastas de cinema como eu, que apreciam o aspecto artístico da produção cinematográfica, há uma riqueza de elementos ocultos e técnicas de cinegrafia a serem descobertos e estudados; em termos de craft cinematográfico, o filme é um feito notável.
No entanto, a narrativa central deixa muito a desejar. O roteiro parece estar preso em uma roda-gigante de clichês e repetições, incapaz de capturar genuinamente a atenção ou a imaginação. A tentativa de humanizar os personagens e incutir empatia no público é reconhecível, mas o esforço é prejudicado por uma história que carece de substância e novidade. A insistência em pintar os protagonistas como super-heróis em um embate contra demônios onipotentes soa cansativa e um tanto quanto deslocada.
Minha abordagem cética, apesar do interesse pessoal em temas como ocultismo, mitologia e teologia, me deixa imune aos encantos de uma dramatização intensa do sobrenatural. Os filmes que se apoiam fortemente na espectacularização do paranormal muitas vezes falham em me envolver, perdendo meu interesse mesmo em meio a sequências de ação vibrantes. A falta de elementos cinematográficos verdadeiramente inovadores ou discussões provocativas transforma a experiência em algo próximo do tédio para quem busca algo além do entretenimento superficial.
Apesar das falhas do roteiro e da super-dramatização do sobrenatural, o filme brilha em outros aspectos. A atuação é sólida, a produção é meticulosa, e os aspectos técnicos, desde a edição até os efeitos visuais, são impecáveis. É uma produção que demonstra habilidade e cuidado, exigindo um reconhecimento por sua execução técnica.
Em resumo, embora o filme possa não se destacar como uma obra inovadora no gênero de terror, e possa até ser considerado “mais um filme de terror” pela crítica, ele se destaca pela excelência técnica e entrega um entretenimento competente. Resta a esperança de que futuras iterações possam ousar mais em sua narrativa, correspondendo à qualidade técnica já bem estabelecida.