Mansão Mal-Assombrada
Uma mãe solteira chamada Gabbie contrata um guia turístico, um médium, um padre e um historiador para ajudar a exorcizar sua mansão recém-comprada; depois de descobrir que é habitado por fantasmas.
Análise de “Mansão Mal-Assombrada”
Mudanças são sempre bem-vindas, mas em certas ocasiões, elas podem não trazer o resultado esperado. É o que sinto ao mergulhar na mais nova tentativa de Hollywood de ressuscitar o clássico tema de casas assombradas em “Mansão Mal-Assombrada”, dirigido por Justin Simien.
A premissa inicial já apresenta certa fragilidade, com Gabbie (Rosario Dawson) e seu filho, Travis (Chase W. Dillon), mudando-se para uma mansão em Nova Orleans que, não surpreendentemente, esconde entidades sobrenaturais. A produção, embora se jacte de um orçamento astronômico de U$ 150 milhões, se apresenta visualmente e narrativamente como algo mais adequado para uma plataforma de streaming – um exemplo claro da incongruência entre orçamento e entrega.Talvez o maior pecado deste filme seja o subaproveitamento de Jared Leto, cujo talento é diluído em um papel de fantasma “vilão” que beira o genérico. Enquanto isso, Owen Wilson tenta dar seu toque especial, interpretando um padre exorcista de abordagem cômica. No entanto, seu esforço parece em vão, à medida que as piadas não alcançam o tom adequado.
Em meio a este cenário, somos apresentados a Ben Matthias, interpretado por Lakeith Stanfield, que poderia ser o fio condutor de uma narrativa mais envolvente, mas que acaba se perdendo entre os altos e baixos da trama. Há tentativas de trazer profundidade ao personagem com a introdução de um passado trágico e a busca por soluções paranormais ao lado de personagens como o professor Bruce Davis (Danny DeVito) e Harriet (Tiffany Haddish), mas a execução falha em proporcionar uma conexão emocional com a audiência.
“Mansão Mal-Assombrada” tem seus lampejos de criatividade, especialmente em alguns planos de câmera que remetem à sensação de estar em um mundo distorcido, semelhante ao que vemos em “Doutor Estranho”. No entanto, esses momentos são poucos e dispersos, não conseguindo compensar a generalidade da trama. Em retrospecto, a ideia de ter Guillermo Del Toro à frente deste projeto poderia ter proporcionado uma roupagem mais intrigante e sombria. O filme, que bebe da fonte de uma atração dos parques temáticos da Disney e que já havia sido adaptado anteriormente com Eddie Murphy, poderia ter se beneficiado de uma direção mais audaciosa. Em conclusão, “Mansão Mal-Assombrada” é uma tentativa morna de reviver um tema clássico, que acaba se perdendo em sua própria vastidão, apesar de um elenco estelar. Certamente é uma experiência que pode ser mais bem aproveitada no conforto do lar.