60 Minutos
Desesperado para não perder a guarda da filha, um lutador de MMA abandona uma luta importante e corre por Berlim para chegar à festa de aniversário da menina.
Análise de “60 Minutos”
O cinema de gênero enfrenta desafios consideráveis no cenário cinematográfico de língua alemã, especialmente quando se trata de filmes de ação, um nicho em que a produção alemã tradicionalmente fica atrás de seus contrapartes internacionais. Entre as raras exceções que despertam o interesse do público para o potencial do gênero na Alemanha, destaca-se o sucesso humorístico de MMA “PLAN B” (2016), dirigido por Ufuk Genc e estrelado pelo excepcional dublê Can Aydin. É nesse contexto que a Netflix, conhecida por seu apetite por experimentações ousadas, apresenta “60 Minutos”, dirigido pelo aclamado Oliver Kienle (“Bad Banks”), trazendo à cena ação incessante pelas ruas de Berlim com um Emilio Sakraya notavelmente preparado e ágil, numa performance reminiscente de Franka Potente em “Corra Lola, Corra”.
A trama de “60 Minutos” gira em torno de Octavio, interpretado por Emilio Sakraya, que, em meio a uma emergência percebida, encontra-se em uma corrida frenética contra o tempo, enfrentando o submundo do crime na capital alemã. A justificativa para sua ação desenfreada é secundária; o que importa é a oportunidade de exibir suas impressionantes habilidades em MMA. O filme não tenta ser um marco de originalidade no roteiro, mas isso não diminui seu valor. Ao contrário, serve como um veículo para Sakraya demonstrar seu potencial para futuros papéis no cinema de ação internacional, provando que, além de lutar, ele também possui talento para atuação.
O elenco é complementado por Dennis Mojhen e pelos dublês de renome internacional Marie Mouroum e Bruno Salgueiro, com a maior parte dos outros dublês vindo provavelmente da Hungria. Além do elenco humano, um detalhe encantador é a presença de uma gatinha muito fofa chamada Onion, que consegue roubar a cena.
Embora “60 Minutos” possa não se tornar um clássico do gênero, sua produção é um sinal positivo de que os cineastas alemães estão começando a explorar gêneros amplamente apreciados pelo público global. Este filme é um passo significativo nessa direção, mostrando que o cinema de ação, com um toque alemão, pode sim ser vibrante, emocionante e capaz de competir no palco internacional. Espera-se que “60 Minutos” abra caminho para mais experimentações ousadas e produções de gênero no cinema alemão, incentivando outros criadores a seguir em frente com projetos ambiciosos que desafiem as expectativas e expandam os horizontes do cinema de língua alemã.