Fazendo Meu Filme
Tudo muda na vida de Estefânia (ou melhor, Fani!) quando ela é aprovada em 1º lugar para um intercâmbio internacional. Agora ela precisa decidir se fica no Brasil e continua com sua rotina ou se aventura em outro país e fica longe do seu crush Léo.
Análise de “Fazendo Meu Filme”
“Fazendo Meu Filme” é uma jornada cinematográfica que transcende as expectativas, jogando com a quebra da quarta parede e explorando o espaço pessoal de uma jovem cinéfila, Fani (Bela Fernandes). A narrativa se desdobra como um testemunho do poder dos filmes de forjar conexões profundas, ilustrando um relacionamento que vai além da organização meticulosa do universo da protagonista.
Fani nos introduz ao seu mundo através de uma perspectiva única, onde suas vivências cotidianas são interpretadas como sequências cinematográficas sob seu comando. A transição da protagonista de uma vida circunscrita por suas paixões cinematográficas — seu quarto, seus filmes, sua escola, seu círculo social — para um universo expandido é marcada por uma conversa reveladora com sua mãe sobre intercâmbio. Esse diálogo dentro do carro simboliza uma mudança significativa, abrindo portas para experiências que vão além de sua coleção de DVDs.
O filme faz uma homenagem aos mestres do cinema mudo, como Buster Keaton e Charles Chaplin, cujo humor físico e narrativas giravam em torno da busca por um elemento chave que unisse os personagens de maneira cômica. O diretor Pedro Antônio presta tributo ao estilo desses icônicos cineastas, enriquecendo a nova realidade colorida e compartilhada de Fani com elementos de uma comédia romântica de alta qualidade, cumprindo a definição de Fani de um “filme amorzinho”.
Ao seu término, “Fazendo Meu Filme” captura a essência do cinema como a criação de um espaço alternativo, tecido por uma sequência de eventos que compõem uma grande narrativa. Mesmo que a estrutura do roteiro e a montagem possam parecer ásperas, há uma linha narrativa dramática e significativa, culminando em um momento apoteótico no aeroporto que sintetiza diversos aspectos da jornada dos personagens.
A adaptação cinematográfica, baseada na obra de Paula Pimenta, desafia a noção de fidelidade literal ao material de origem, priorizando, em vez disso, a construção de uma narrativa convincente adequada ao meio cinematográfico. “Fazendo Meu Filme” é um testemunho da importância do espaço no cinema, oferecendo uma aventura narrativa que celebra a imaginação e a realidade subjacente, enfatizando a singularidade da experiência cinematográfica.