“O Troco” (Payback), aparentemente, é um filme que se destaca no gênero de ação e thriller, apelando especialmente para os fãs de narrativas críveis e diálogos ásperos. O filme parece ser uma alternativa robusta e igualmente cativante ao seu remake, “Point Blank”. Este tipo de cinema, que não glorifica nem denigre o submundo do crime, oferece uma visão mais matizada e realista desse ambiente.
O personagem principal, Porter (interpretado por Mel Gibson, seguindo os passos de Lee Marvin no filme original), é um exemplo intrigante de um anti-herói com um código de moralidade próprio, ainda que distorcido. Esta abordagem ao personagem enriquece a narrativa, refletindo as complexidades e ambiguidades morais frequentes em histórias de crime.
A história de um criminoso em busca de retribuição, embora familiar, parece ser contada de maneira eficaz e envolvente. A comparação entre as duas versões do filme, “Payback” e “Point Blank”, sugere uma interessante evolução no tratamento de temas de crime e vingança ao longo das décadas. A ambiguidade do final de “Point Blank” é destacada como precursora dos filmes dos anos 70, uma era conhecida por sua abordagem mais sombria e realista.
A atuação é um ponto alto do filme, com performances que transcendem a mera representação, dando a impressão de que os atores estão vivenciando seus papéis. A presença de atores como James Coburn e Carroll O’Connor em papéis similares em diferentes versões do filme demonstra a diversidade e habilidade desses talentos. Além disso, a menção de David Paymer como um vigarista patético, evocando comparações com Elisha Cook Jr., realça a qualidade da atuação no filme.
A direção de Brian Helgeland é elogiada por seu manejo espetacular do material, enquanto a comparação com diretores icônicos como Don Siegel, Sam Peckinpah e Sam Fuller destaca a qualidade da direção em “O Troco”. A habilidade do diretor e dos escritores em fazer o público torcer por personagens moralmente questionáveis é um testemunho do poder da narrativa e da atuação.
Em resumo, “O Troco” e “Point Blank” são descritos como clássicos instantâneos, merecendo reconhecimento e apreço. A homenagem aos atores Lee Marvin e John Vernon do “Point Blank” original sublinha o impacto duradouro de suas performances. Este é um filme recomendado para aqueles