Aldeia Maldita
A anciã de um vilarejo luta contra a loucura e o macabro para salvar seu povo de um monstruoso ser que chega para tomar conta do local e levar todos para a escuridão.
Análise de “Aldeia Maldita”
Crítica sobre “Aldeia Maldita”
O cinema nos trouxe ao longo dos anos narrativas ambientadas na Idade Média que dançam entre gêneros como fantasia, ação e comédia. Raramente, contudo, o terror é abraçado nesse cenário. A tentativa de “Aldeia Maldita” (ou “Jikirag” em inglês) de invadir essa rara combinação, infelizmente, deixa muito a desejar.
Dirigido pelo trio Alexander J. Baxter, Jessica Moutray e Leigah Keewatin, a produção canadense se propõe a apresentar uma aldeia ameaçada por forças obscuras. Os elementos estão todos lá: mitologia pagã, florestas densas e o pavor de uma comunidade atormentada por um mal desconhecido. Porém, a execução dessa trama intrincada fica prejudicada, talvez devido à presença de múltiplos diretores com visões distintas, levando a um produto final que oscila em coesão.
Visualmente, a película merece alguns elogios. Os cenários são convincentes e carregam em si um clima opressor, com a floresta e a aldeia estabelecendo um ambiente adequado para o suspense. Os figurinos, em especial, considerando o que parece ser um orçamento limitado, são dignos de nota, evocando com precisão a atmosfera da época.
No entanto, quando chegamos às atuações, a crítica se torna mais severa. Exceto pela convincente anciã da aldeia, o elenco falha em trazer profundidade aos seus personagens. Esse problema, suspeito, pode ser devido ao conflito de direções, tornando difícil para os atores se aterem a uma interpretação coesa de seus papéis.
O ritmo é outro ponto fraco. Durante suas duas horas, “Aldeia Maldita” arrasta-se por sequências longas e, por vezes, desnecessárias, diluindo o suspense e tornando a experiência desinteressante.
Quanto ao subtexto, se havia uma mensagem ambiental ou uma alegoria sobre a natureza defendendo-se, isso foi sutil demais ou, pior ainda, mal-executado. Ao final, nos resta um filme que luta para definir sua identidade e, infelizmente, não alcança nenhum de seus potenciais.
Em resumo, “Aldeia Maldita” é um esforço ambicioso, mas decepcionante. Se você espera por uma experiência de terror medieval envolvente, talvez seja melhor buscar em outro lugar. A ideia era promissora, mas o resultado final é, lamentavelmente, esquecível.