Argylle: O Superespião
Quando os enredos dos romances de espionagem da reclusa autora Elly Conway começam a refletir as ações secretas de uma organização de espionagem da vida real, as noites tranquilas em casa tornam-se uma coisa do passado. Acompanhada por seu gato Alfie e Aiden, um espião alérgico a gatos, Elly corre pelo mundo para ficar um passo à frente dos assassinos enquanto a linha entre o mundo fictício de Conway e o mundo real começa a se confundir.
Análise de “Argylle: O Superespião”
“Argylle: O Superespião” é um filme que chegou cercado de grande expectativa, proveniente do escritor da série Kingsman, e cujo trailer prometia momentos de ação espiã mesclados com toques de comédia, gritos de Bryce Dallas Howard e um gato aparentemente incrível. De início, o filme se apresenta extremamente caricato, mas logo se percebe que tal escolha é intencional. Grande parte da trama conduz o público a acreditar estar diante de um enredo, quando, na verdade, revela-se outro através de reviravoltas que tentam surpreender, mas que acabam não sendo tão inesperadas assim.
O elenco estelar entrega performances memoráveis, apesar de o cabelo de Henry Cavill ser um ponto negativo notável. A participação de Dua Lipa é breve, porém marcante, ao ponto de deixar saudades. Sam Rockwell continua a desafiar a idade em Hollywood, seguindo os passos de Tom Cruise e Jason Statham, ao ponto de nos fazer esquecer que ele está em seus cinquenta e poucos anos.
O filme peca pelo excesso de duração, necessitando de um trabalho de edição mais apurado. Embora uma história bem desenvolvida seja apreciada, há momentos em que o filme poderia ser mais enxuto.
Contudo, é na diversão que “Argylle: O Superespião” realmente brilha. O nível de absurdo do filme torna a palavra “ridículo” insuficiente para descrevê-lo. No entanto, é um absurdo divertido, repleto de momentos que provocam risadas altas, compensando muitas de suas falhas. Sem revelar demais, vale a pena ficar atento às piadas rápidas e hilárias que permeiam o filme.
O filme também explora temas interessantes sobre motivação e as emoções vividas diante das escolhas da vida, mesmo dentro de um contexto de thriller espião. Questiona-se se, ao ter a chance de recomeçar, as mesmas decisões seriam tomadas, explorando a eterna questão do “natureza versus criação”. A ideia de poder conversar com o eu mais jovem, para tranquilizá-lo ou para evitar erros, é atraente, mas fica a dúvida se isso realmente faria alguma diferença, considerando a importância dessas experiências na formação do indivíduo.
Em resumo, “Argylle: O Superespião” é um filme que, apesar dos seus defeitos, provei enormemente por sua capacidade de entreter e provocar risadas. Recomendo-o pela sua leveza e pelo convite ao não levar-se tão a sério. A sequência final, longa e repleta de momentos que desafiam a suspensão da descrença, é um exemplo perfeito desse espírito. Embrace o absurdo e a diversão garantida.