Uma jovem de 16 anos e sua irmã mais nova ainda em luto pela morte da mãe, são alvo de uma criatura sobrenatural depois que o pai de ambas atende um paciente desesperado em casa.

Análise de “Boogeyman: Seu Medo é Real”

“Boogeyman: O Monstro Real” tenta desafiar a fronteira entre o folclore e a realidade, ancorando a temida figura do Boogeyman em uma substância mais palpável do que o etéreo. Enquanto a prosa de Stephen King pode emprestar-se a tais liberdades narrativas, o filme luta para traduzir essa concepção sem tropeçar em suas próprias contradições.

Ao optar por apresentar o Boogeyman como uma entidade física, o filme consegue, por um lado, estabelecer uma ameaça tangível que aumenta a tensão e o medo. No entanto, essa escolha narrativa deixa um rastro de questionamentos não respondidos, desafiando a suspensão da descrença do público. A mobilidade e a ocultação de uma criatura de tal magnitude dentro dos confins mundanos de armários e sob camas são pontos que permanecem inexplicavelmente ambíguos.

A direção, aparentemente ciente dessas incongruências, não se preocupa em mergulhar nas origens ou na mitologia do Boogeyman, escolhendo, em vez disso, focar na entrega de sustos repentinos que podem satisfazer os fãs de um terror mais superficial. Para aqueles que procuram o prazer adrenalínico dos jump scares, o filme pode ser uma indulgência a ser apreciada sem um exame mais profundo.

Apesar de suas falhas conceituais, o filme não é destituído de mérito. A atmosfera é habilmente criada, com uma tensão crescente que culmina em momentos genuinamente assustadores. O visual perturbador do Boogeyman, especialmente quando banhado em penumbra, é uma realização de design que promete assombrar aqueles facilmente influenciados pela imaginação do horror.

Em resumo, “Boogeyman: O Monstro Real” é uma mistura de terror tradicional com tentativas de inovação que nem sempre coalescem harmoniosamente. Enquanto a execução deixa a desejar em coerência, ela compensa, até certo ponto, com uma produção de suspense eficaz e momentos de terror que são capazes de capturar, se não a lógica, pelo menos a atenção do espectador.