“Crypto Boy”, a mais nova produção original da Netflix dirigida por Shady El-Hamus, entra na arena cinematográfica das finanças, um gênero que já nos presenteou com títulos impactantes como “O Lobo de Wall Street” e “Jogo Justo”. Este novo filme, situado no intrigante universo das criptomoedas, segue a jornada de Amir, interpretado brilhantemente por Shahine El-Hamus, um jovem insatisfeito com sua vida como entregador no restaurante mexicano de seu pai, que encontra um propósito inesperado nas voláteis águas da economia digital.

“Crypto Boy” traz uma perspectiva única para o gênero, embora pareça hesitar em mergulhar nas profundezas mais obscuras e tumultuadas do mundo financeiro. Enquanto filmes como “O Lobo de Wall Street” abraçam a extravagância e o caos desse mundo, El-Hamus opta por uma abordagem mais contida. As drogas e as festas são apresentadas, mas nunca atingem um ponto de virada significativo, e as cenas de romance e luxúria não passam de flertes superficiais com o excesso.

Essa moderação se reflete também no desfecho da trama. “Crypto Boy” constrói uma narrativa que, embora envolvente, parece desviar-se da potência explosiva típica do gênero. O final, carregado de sentimentalismo, toma um caminho inesperado, talvez uma tentativa de El-Hamus de explorar novos territórios narrativos. Infelizmente, essa escolha não parece alcançar o impacto desejado, deixando o espectador com um sentimento de oportunidade perdida.

No entanto, o filme brilha na sua representação realista do mundo das finanças, desfazendo o mito do conto de fadas financeiro. A atuação de Shahine El-Hamus é um ponto alto, trazendo uma sinceridade e uma complexidade para Amir que sustenta a narrativa.

Em resumo, “Crypto Boy” é uma adição intrigante, porém um pouco tímida, ao gênero de filmes financeiros. Oferece uma visão autêntica e menos glamorizada do mundo das criptomoedas, mas carece da ousadia e da profundidade que poderiam ter elevado a obra a um patamar superior. É um filme que captura o interesse, mas deixa o espectador ansiando por um pouco mais de coragem e inovação na sua execução.