I.S.S.
Num futuro próximo, as tensões crescem a bordo da Estação Espacial Internacional quando um conflito eclode na Terra. Revoltados, os astronautas americanos e russos recebem a ordem: assumir o controle da estação por qualquer meio possível.
Análise de “I.S.S.”
O drama de ficção científica “I. S. S.” de 2024 leva os espectadores a uma jornada tensa e claustrofóbica a bordo da Estação Espacial Internacional, num momento em que a Terra à beira de uma guerra nuclear entre superpotências ameaça a existência da humanidade. Com Ariana DeBose, Chris Messina e John Gallagher Jr. no papel de astronautas americanos e um elenco de talentos internacionais representando seus colegas russos, o filme explora o que acontece quando a cooperação científica é substituída por ordens de captura e posse da estação espacial, sob qualquer circunstância.
A diretora Gabriela Cowperthwaite, conhecida por “Blackfish” (2013) e “Megan Leavey” (2017), constrói uma atmosfera tensa que destaca a claustrofobia das acomodações da estação espacial, contrastando com a vastidão do espaço. “I. S. S.” é comparável a filmes como “Gravidade” e “Marooned”, incorporando elementos de thrillers psicológicos e da era da Guerra Fria, enquanto navega por um cenário altamente implausível, mas visualmente cativante.
A plausibilidade do enredo pode ser questionada, especialmente considerando a improbabilidade de as superpotências focarem na estação espacial em um momento de crise nuclear iminente. Além disso, o diálogo, alternando entre inglês e russo, pode confundir, embora busque autenticidade e profundidade nas interações entre os personagens. Ainda assim, as representações visuais da estação e da Terra à beira do desastre são impressionantes, especialmente com um orçamento significativamente menor do que produções semelhantes.
Ariana DeBose se destaca no elenco, assumindo um papel tão desafiador quanto o de Sandra Bullock em “Gravidade”, carregando grande parte do filme em seus ombros. Sua habilidade de retratar tanto o medo quanto a resiliência em uma situação desesperadora é notável, oferecendo uma atuação que equilibra tensão e humanidade. As cenas de violência, embora perturbadoras, são apresentadas de maneira que não supera o limite do aceitável, mantendo o foco na intensidade emocional da narrativa.
O filme conclui com uma ambiguidade reminiscente dos clássicos de Hitchcock e Spielberg, deixando os espectadores com uma reflexão profunda sobre a incerteza do futuro da humanidade. Apesar de suas falhas, “I. S. S.” merece uma avaliação de ‘8’, não só pela execução técnica e atuações convincentes, mas também pela ousadia em abordar temas de cooperação, conflito e sobrevivência em um cenário extremamente volátil.
“I. S. S.” é, portanto, mais do que um drama de ficção científica; é um espelho dos temores e esperanças que definem a condição humana, um lembrete da fragilidade da nossa existência coletiva e do valor inestimável da cooperação frente ao abismo da autodestruição.