Indiana Jones e A Relíquia do Destino
Encontrando-se em uma nova era, aproximando-se da aposentadoria, Indy luta para se encaixar em um mundo que parece tê-lo superado. Mas quando os tentáculos de um mal muito familiar retornam na forma de um antigo rival, Indy deve colocar seu chapéu e pegar seu chicote mais uma vez para garantir que um antigo e poderoso artefato não caia nas mãos erradas.
Análise de “Indiana Jones e A Relíquia do Destino”
Este filme, cuja antecipação suscitava tanto expectativa quanto temor, acabou por ser uma decepção profunda. Minhas esperanças eram modestas: desejava apenas que superasse “O Reino da Caveira de Cristal” e que respeitasse o legado de um personagem icônico. Infelizmente, saí do cinema em um estado de melancolia, repulsa e descrença após testemunhar o que foi feito com meu herói e o seu legado.
É desolador observar como certas produções cinematográficas comprometem a integridade de figuras emblemáticas sob o pretexto de “humanização”, quando na verdade esses personagens já possuíam falhas humanas intrínsecas e cativantes em suas narrativas originais. Este filme em particular peca em diversos aspectos, inclusive nos primeiros 20 minutos, que falham em recriar a magia característica de Indiana Jones, optando por sequências que testam de forma implausível a suspensão de incredulidade do público.
As alegações de que este filme proporciona um “final digno” ao protagonista são infundadas. Que dignidade há em ignorar os desfechos anteriores que já haviam concluído a jornada de Indiana Jones de maneira satisfatória? O descaso com o desejo de um personagem morrer honrado também é notável.
O filme ainda sofre com personagens mal desenvolvidos, cuja existência na tela parece ser justificada apenas por diálogos expositivos, uma prática que Hollywood deveria ter superado. Helena Shaw, por exemplo, é um desastre de carisma e parece existir apenas para tentar, sem sucesso, usurpar o brilho do protagonista. Ela não só carece da profundidade de anteriores interesses amorosos de Indy, mas também de uma ligação genuína com ele, chegando ao ponto de se tornar irritante.
Além disso, as tentativas de trazer novos personagens, como o ‘Short Round da Shopee’, parecem insípidas e desrespeitosas às memórias que temos dos companheiros anteriores de Indy. A habilidade deste novo personagem em pilotar um avião é apresentada de maneira tão absurda que chega a ser ofensiva.
Em conclusão, o suposto final “aquecedor de corações”, apoiado apenas na nostalgia barata, não consegue compensar as numerosas falhas narrativas e o desrespeito para com os fãs. Este filme marca não somente o fim de uma jornada, mas também o desrespeito para com aqueles que admiravam um herói que, mesmo imperfeito, representava resiliência, humanidade e um amor genuíno pelo conhecimento e pela história.