A jornada de um samurai se cruza com a de uma garçonete cuja cidade natal foi destruída por um dragão. E, por mais que ele tente escapar, os problemas o encontram.

Análise de “Monstros: A Maldição do Dragão”

Quando pensamos em prequels, é quase automático associar o termo à saga “Star Wars”. No entanto, “One Piece: A História de Ryuma” encaixa-se neste conceito de uma maneira única, ao ser adicionado à franquia “One Piece”, apesar de ter sido criado anteriormente. Esta peculiaridade não o isenta de críticas, e ao mergulharmos neste especial, é impossível não notar algumas falhas claras e óbvias que merecem atenção.

Um dos primeiros aspectos que saltam aos olhos é o cenário, que remete mais a um filme de western do velho oeste do que a uma cidade do período Edo, inspiração para a região de Wano em “One Piece”. A transição de calças para roupas, de mesas e cadeiras para tatames e baixas mesas japonesas, assim como de copos para pequenos pires, são mudanças culturais que parecem pouco convincentes. Embora esta crítica se dirija ao trabalho original, cabe mencionar que os animadores poderiam ter exercido sua licença criativa para adaptar esses elementos, caso tivessem recebido permissão de Eiichiro Oda.

No entanto, o que realmente impactou minha avaliação, levando-a a um 8, foi o ritmo da narrativa. Como fã dos personagens Zoro e Nami, eu esperava mais. Contudo, encontrei-me avançando cerca de cinco minutos do episódio devido à repetição desnecessária de informações. Em uma obra de apenas 25 minutos, a constante recapitulação é um desperdício precioso de tempo que poderia ser melhor aproveitado.

Além disso, o clímax da história é abrupto, equivalendo a sair para pegar um copo d’água e perder o desfecho. Havia espaço para expandir a luta, em vez de prolongar os diálogos. Mesmo considerando que o oneshot original seguia uma linha semelhante, acredita-se que a equipe de animação possuía liberdade criativa suficiente para enriquecer a história, mesmo que levemente.

Apesar dessas críticas, “One Piece: A História de Ryuma” é um valioso acréscimo à mitologia da série, especialmente para os fãs de Zoro e Ryuma. O especial oferece um vislumbre intrigante do personagem Ryuma, conhecido como “o maior espadachim de seu século”. Contudo, fica a sensação de que a oportunidade de explorar mais profundamente suas proezas e legado foi desperdiçada.

Em suma, enquanto o prequel serve como um interessante complemento ao universo de “One Piece”, ele também deixa a desejar em termos de execução e desenvolvimento. Para os aficionados pela série e pela arte da espada, permanece a esperança de que futuras adaptações possam capturar mais fielmente o espírito e a grandiosidade das histórias que habitam esse rico universo.