Que Horas Eu Te Pego?
Uma jovem falida é contratada para namorar um adolescente introvertido e socialmente desajeitado, que está se preparando para a faculdade.
Análise de “Que Horas Eu Te Pego?”
“Que horas eu te pego?” é uma mistura de comédia romântica e drama que narra as desventuras de uma motorista de aplicativo que faz um acordo inusitado para evitar perder sua casa. Embora a premissa seja intrigante e tenha gerado expectativa por meio de seus trailers, o desenvolvimento do filme não faz jus às comédias clássicas do início do século.
O filme carrega uma classificação indicativa para maiores de 16 anos, insinuando um conteúdo mais ousado. Porém, o que se apresenta é uma tentativa exagerada de humor através do uso constante de palavrões, que raramente atingem o efeito cômico desejado. Em sua essência, a obra pendula mais para o drama adolescente do que para uma comédia genuína.
Quanto ao desempenho de Jennifer Lawrence, uma atriz consagrada por seus papéis em franquias de ação e ficção científica, sua incursão neste gênero parece não explorar todo o seu potencial. Seu esforço é visível, mas a conexão com seu personagem, uma espécie de “babá” de um jovem com comportamentos sugestivos de autismo – um detalhe não explicitado na sinopse – não se concretiza de forma convincente.
O filme desvia do clichê ao não concluir com o óbvio romance, embora esse desfecho menos previsível não seja suficiente para elevar a qualidade geral da narrativa.
Quanto à crítica social implícita sobre o uso de celulares por jovens, a abordagem parece deslocada e não ressoa com força. Além disso, a cena de nudez de Lawrence parece ser mais um recurso para desviar a atenção de um roteiro que carece de originalidade e vigor.
Em última análise, “Que horas eu te pego?” alcança, com generosidade, duas estrelas, reconhecendo a ambição do projeto e a entrega tímida de um filme que poderia ter ido além.