Querido David
A vida de uma aluna séria vira de cabeça para baixo quando seu blog caprichoso sobre o garoto por quem ela está secretamente apaixonada vaza para toda a escola. Ela então se pergunta quem são seus verdadeiros amigos.
Análise de “Querido David”
“Querido David” (Dear David) desembarcou nas telas graças à audaciosa missão da Netflix de nos apresentar tesouros cinematográficos de todo o mundo. Confesso que nunca havia mergulhado no cinema indonésio até este momento, e esta iniciação foi um encanto. O filme, apesar de se mover por trilhas familiares de romances adolescentes, o faz com uma graça e delicadeza singulares. Temos a trama conhecida da jovem que se apaixona, mas ajuda a amiga a conquistar o mesmo rapaz, um enredo que poderia ser extraído de uma peça shakespeariana.
Contudo, o que brilha em “Querido David” é seu foco no amadurecimento, na aceitação própria em uma fase da vida marcada por inseguranças e temores de rejeição. É um espelho para os adolescentes que lutam para encontrar sua identidade em meio à pressão de se encaixar em moldes sociais. E, embora estejamos falando de uma obra indonésia, as semelhanças com nossa realidade são notáveis. O peso do julgamento, especialmente em comunidades profundamente religiosas, é universal. A busca pela aceitação muitas vezes é mais feroz que o simples ato de acolher.
Com uma trilha sonora meticulosamente selecionada, “Querido David” navega pelos altos e baixos da juventude com charme e simpatia. Mesmo que o filme siga um roteiro familiar do gênero, seu toque cultural único e a maneira como aborda questões universais de identidade e aceitação lhe conferem um frescor. Se você é um amante de comédias românticas, este filme é um deleite. Se não, talvez seja o momento de expandir seus horizontes cinematográficos e dar a “Querido David” uma chance. Embora sua duração possa parecer um pouco estendida, o encanto dos personagens e a profundidade de sua mensagem certamente merecem seu tempo.