TPM! Meu amor
Monique é uma enfermeira muito tímida e retraída, pouco decidida e pouco ativa, que só deseja uma coisa: ser promovida a chefe de enfermagem. A síndrome da tensão pré-menstrual atinge, atingiu ou vai atingir a grande maioria das mulheres no mundo. Depois de muita expectativa, o sonho de Monique parece que será realizado em breve.
Análise de “TPM! Meu amor”
“TPM! Meu Amor”, uma produção que traz à tona as nuances da experiência feminina sob a perspectiva da tensão pré-menstrual, é uma obra escrita, dirigida e estrelada por mulheres que se propõe a explorar este tema com leveza e humor. A protagonista, Monique, interpretada por Paloma Bernardi, é uma enfermeira pediátrica que lida com as oscilações hormonais características da TPM, enquanto enfrenta as estruturas machistas do ambiente em que vive.
O filme tenta ilustrar os efeitos da TPM de maneira cômica, apresentando sintomas como aumento da fome, da libido e da emotividade. No entanto, a abordagem da TPM como elemento central da trama é inconsistente, sendo utilizada mais como uma ferramenta cômica episódica do que como um traço fundamental da narrativa. A dualidade de Monique, entre sua versão gentil e reprimida e a versão assertiva influenciada pela TPM, não é plenamente explorada pela diretora Eliana Fonseca, resultando em uma representação superficial.
Apesar dessas limitações, “TPM! Meu Amor” possui qualidades notáveis. A representação de um círculo feminino amplo e solidário é um dos pontos fortes do filme, oferecendo uma visão empoderadora e de suporte mútuo entre mulheres. Em contraste, a representação dos personagens masculinos é fortemente marcada pelo machismo estrutural, com exceção do doutor bonitão, que se destaca por sua sensibilidade e compreensão sobre a fisiologia feminina.
O filme aborda temas como assédio, promoção injusta no trabalho e aproveitamento da boa vontade feminina para intenções escusas, refletindo arquétipos masculinos infelizmente presentes na realidade. Assim, “TPM! Meu Amor” estabelece uma clara oposição entre as experiências femininas e masculinas, destacando-se por sua clareza em marcar uma posição, mesmo que falte sutileza em sua execução.
Em resumo, “TPM! Meu Amor” é uma tentativa de trazer humor e leveza para um tema relevante da experiência feminina, mas falha em desenvolver completamente seu potencial. Apesar disso, oferece uma perspectiva interessante sobre o apoio feminino e a crítica ao machismo, destacando-se como uma obra que reflete aspectos da realidade feminina contemporânea.