Tração
Tração é uma história sobre competições em duas rodas, onde um grupo de pilotos é convidado para uma competição arriscada com diversas modalidades, o “Motoathlon,” acompanhando o calendário nacional de motocross. E nesse ambiente, imerso em adrenalina, conflitos e intrigas podem surgir entre os competidores, sendo as motos sempre as protagonistas.
Análise de “Tração”
“Tração”, dirigido por André Luís, é um filme que busca explorar um nicho pouco abordado no cinema brasileiro: o universo das competições de motocross. A obra se insere em um contexto onde o cinema nacional muitas vezes é subestimado em comparação com as grandes produções de Hollywood, especialmente aquelas com cifras astronômicas e enredos espetaculares como os de “Vingadores: Ultimato”. Infelizmente, “Tração” pode não ser o título que convencerá os céticos a dar uma chance ao cinema nacional.
O filme começa com uma premissa intrigante, situando-se no mundo do motocross, um esporte com uma base de fãs fervorosa, mas que raramente ganha destaque na mídia mainstream. A narrativa segue a equipe liderada por Ajax (Marcos Pasquim), um veterano e lendário piloto de motocross, e aborda temas como a passagem do tempo, o legado e a superação de traumas familiares.
A perda da esposa de Ajax e a relação complicada com seu cunhado Nivaldo (interpretado pelo próprio diretor André Luís) prometem adicionar uma camada de drama familiar ao contexto das competições esportivas. Contudo, o filme logo se transforma em um thriller de ação com a introdução do personagem DiMello (Nelson Freitas Jr.), um empresário que propõe um novo campeonato de motocross com interesses ocultos.
Apesar de sua premissa promissora e a tentativa de abordar um tema pouco explorado no cinema brasileiro, “Tração” parece sofrer com a falta de um apelo mais amplo. O filme tem o desafio de atrair um público que frequentemente opta por produções estrangeiras com orçamentos mais robustos e enredos grandiosos. Ainda assim, “Tração” representa um esforço valioso para diversificar o cenário cinematográfico brasileiro, mostrando que há espaço para histórias diferentes e que o cinema nacional tem potencial para explorar uma variedade de gêneros e temas.