Wes Anderson dirige esta adaptação do conto de Roald Dahl sobre um homem rico determinado a dominar uma técnica extraordinária para trapacear no jogo.

Análise de “A Incrível História de Henry Sugar”

Um Olhar Sobre “A Incrível História de Henry Sugar”: A Aposta da Netflix e a Essência de Wes Anderson. Ao ficarmos sabendo que a Netflix decidiu lançar um curta-metragem diário dirigido por Wes Anderson, inspirado nas histórias de Roald Dahl, a primeira questão que surge é: por que não fazer um longa-metragem compilando tudo? Honestamente, esse movimento ainda me parece enigmático.

No entanto, ao nos aprofundarmos em “A Incrível História de Henry Sugar”, somos rapidamente lembrados da mágica que acontece quando Anderson se une a Dahl, lembrança essa que remonta ao encantador “O Fantástico Senhor Raposo”. O filme carrega a assinatura distintiva de Anderson, que conhecemos e amamos há décadas. Seu estilo é tão evidente aqui quanto em sua obra anterior, “Asteroid City”.

A estrutura narrativa de “cebola”, com camadas de histórias dentro de histórias, é executada com uma precisão meticulosa. Em apenas 40 minutos, Anderson nos presenteia com um microcosmo de sua carreira. E, ao mesmo tempo que é refrescante ver Fiennes, Cumberbatch, Kingsley e Patel tecendo uma tapeçaria de contos interligados, não podemos deixar de sentir um déjà vu cinematográfico.

Um ponto alto do filme é, sem dúvida, a direção de arte. As histórias curtas são magistralmente entrelaçadas com uma estética visual que só Anderson poderia orquestrar. É uma celebração da narrativa e da arte de contar histórias, empurrando os limites da tradição oral.

Dito isso, “A Incrível História de Henry Sugar” parece ser mais uma adição estilisticamente agradável do que uma obra inovadora ao portfólio de Anderson. Ele é um lembrete do que já vimos do diretor e oferece pouco em termos de novo. Para os fãs acérrimos, é mais uma oportunidade de mergulhar em seu universo. Para os críticos, pode não ser suficiente para mudar de opinião.

Ainda assim, é sempre um prazer ver um mestre em ação, reinventando e reafirmando seu estilo. “A Incrível História de Henry Sugar” pode não se destacar no panteão das obras de Anderson, mas com certeza é um deleite visual e narrativo para os amantes da sétima arte. Em uma era dominada pelos streamings, é uma experiência cinematográfica breve, porém cativante.