Amor à Primeira Vista
Em um voo para Londres, dois estranhos sentem uma conexão, mas logo se perdem no aeroporto. O reencontro parece impossível, só que o amor desafia todas as probabilidades.
Análise de “Amor à Primeira Vista”
A narrativa em questão, com suas nuances shakespearianas, oferece um deleite literário que certamente apela aos amantes do dramaturgo inglês. A trama é encantadora, embora requeira uma suspensão da descrença, particularmente em relação aos lapsos modernos de comunicação que poderiam ser facilmente resolvidos com a simples troca de números de telefone.
No entanto, há um elemento que perturba a imersão na história: a estranha realidade de dois personagens em uma viagem de avião de seis horas que, ao desembarcar em Londres — apesar da pressa para um casamento —, aparentemente ignoram a necessidade básica de higiene pessoal. Este detalhe terreno injeta uma nota de desconforto cômico na história, levando o espectador a se preocupar mais com o estado físico dos personagens do que com o clímax emocional do filme.
O final do filme, portanto, é ofuscado por uma preocupação tangível e um tanto humorística com a falta de frescor dos protagonistas, um lembrete de que, mesmo na mais cativante das histórias, a realidade prática ainda tem um papel a desempenhar. Ainda assim, se o espectador conseguir ultrapassar esta barreira olfativa imaginária, a história oferece uma jornada romântica que é tanto doce quanto bem intencionada.