Mais uma aventura dos Critters cheia de suspense. Estamos no futuro, Charlie está prestes a exterminar os terríveis criaturas quando o representante do Conselho intergalático aparece e ordena que Charlie mantenha os avos e não os destrua, pois são os últimos da raça, e sendo assim, protegidos por regulamentações que não conhecem estas criaturas! Sem o conhecimento de ninguém, Charlie é congelado em vida juntamente com os ovos, trancado numa cápsula intergalática e lançada ao espaço… 50 anos depois, a cápsula é encontrada pela selvagem população de uma espaçonave. O conteúdo da cápsula é um mistério. Sambem somente que são obrigados a criar os ovos e não tem idéia do presença de Charlie. O mercenário capitão da tripulação, rouba os ovos em beneficio próprio fazendo com que nasçam os Crietters, sendo imediatamente morto. Descobrem e acabam culpando Charlie, que luta para que conheçam a verdade sobre o terror que os espera…
“Criaturas 4” representa um desvio intrigante dos primeiros filmes da série, optando por um tom mais sério e sombrio em vez do espírito camp e divertido que caracterizou os antecessores. A inclusão de Angela Bassett e Brad Dourif, ambos atores respeitados e com indicações ao Oscar, junto a Don Opper reprisando seu papel como Charlie, o caçador de recompensas, oferece um calibre de atuação potencialmente elevado para esta entrada na franquia de ficção científica e horror.
A premissa de ter os Krites, aquelas bolas de pelo extraterrestres vorazes, causando caos no espaço, tinha um grande potencial para entretenimento e inovação dentro da série. No entanto, ao escolher uma abordagem mais séria e tentar emular filmes como “Alien” de Ridley Scott, “Criaturas 4” enfrenta o desafio de equilibrar suas raízes de baixo orçamento e o novo tom pretendido. Infelizmente, parece que o filme não consegue atingir esse equilíbrio.
A ambientação no espaço, com cenas em corredores escuros cheios de dutos e ventilações, é uma tentativa de criar suspense e terror, mas os Krites, com seu design menos intimidador comparado a criaturas como o xenomorfo de H.R. Giger, não conseguem transmitir o mesmo nível de ameaça. Isso resulta em uma experiência que não é nem assustadora nem cômica, uma combinação que os filmes anteriores manejaram com
mais sucesso. Os Krites, com seus olhos brilhantes e aparência de ouriços, podem ter funcionado bem em um contexto mais humorístico, mas aqui, nesse cenário mais sério, eles perdem muito de seu impacto.
A tentativa de “Criaturas 4” de adotar um estilo mais sóbrio e atmosférico parece falhar principalmente devido à desconexão entre o tom pretendido e os elementos centrais da franquia. O charme dos filmes “Critters” sempre esteve em seu humor irreverente e no uso criativo de efeitos práticos de baixo orçamento. Ao se desviar para um território mais sério, o filme perde essa identidade única e acaba se sentindo deslocado dentro da própria série.
Os talentos de Angela Bassett e Brad Dourif, que normalmente adicionam uma presença significativa em qualquer produção, aqui parecem subutilizados. O filme não aproveita completamente suas habilidades, o que é uma oportunidade perdida, especialmente considerando a capacidade de ambos os atores de trazer profundidade e intensidade para seus papéis.
Em termos de cinematografia e design de produção, “Criaturas 4” tenta criar um ambiente claustrofóbico e tenso, mas a falta de um orçamento robusto é visível. Isso pode limitar a eficácia das cenas de terror e suspense, especialmente quando comparadas aos padrões estabelecidos por filmes de maior orçamento no gênero de terror no espaço.
Em resumo, “Criaturas 4” é um experimento ambicioso que tenta levar a franquia em uma nova direção, mas parece falhar em capturar tanto o espírito dos filmes anteriores quanto em estabelecer uma nova voz convincente. O resultado é um filme que se sente tedioso e desprovido de sustos ou humor eficazes, uma combinação que os fãs da série “Critters” provavelmente acharão decepcionante.