Na Palma da Mão
A vida de uma mulher vira de cabeça para baixo quando um homem perigoso encontra um celular perdido e começa a seguir tudo o que ela faz.
Análise de “Na Palma da Mão”
começa com um potencial intrigante sob a direção de Kim Tae-joon. O antagonista, apresentado de forma engenhosa como uma manifestação cruel e distorcida de nossa obsessão pelas redes sociais, promete ser o fio condutor da trama. Este vilão, retratado como um fetichista de suas próprias maquinações, parece capturar a essência do que o filme poderia oferecer.
Contudo, o filme tropeça ao tentar evoluir além do seu vilão. Embora se proponha a ser uma análise das complexidades de nossa relação com o mundo online, a narrativa falha ao não construir suficientemente este mundo para sua protagonista e os personagens secundários. Há tentativas de criar arquétipos de terror, mas eles permanecem superficiais, pouco impactando a história principal.
Uma escolha intrigante é a de evitar mostrar as ações violentas do vilão, um desvio potencialmente refrescante do típico gore, mas que aqui só serve para diluir a tensão. A falta de suspense, especialmente quando sabemos desde o início quem são os jogadores principais, deixa a narrativa plana e previsível.
No entanto, destaca-se a performance de Yim Si-wan, cujo prazer malicioso é evidente em cada cena. Por outro lado, a resolução do filme, que poderia ter sido um crescendo de tensão e discussão, parece desconectada do que foi proposto anteriormente.
O maior pecado de “Na Palma da Mão” é sua incapacidade de fundir adequadamente sua mensagem com a mecânica do cinema. Tenta levantar questões pertinentes sobre nossa vida digital, mas, paradoxalmente, seu melhor conteúdo acontece offline, com tentativas genéricas de suspense e drama. Em última análise, “Na Palma da Mão” é um filme que quase alcança sua ambição, mas fica aquém de oferecer uma experiência cinematográfica coesa e impactante.