“O Festival do Amor” parece ser um filme que, embora siga caminhos conhecidos e explore temas recorrentes em romances cinematográficos, consegue entregar uma experiência agradável e bem-realizada. A ambientação na cidade romântica ao som de jazz cigano e os diálogos sobre filmes sugerem um cenário encantador para as tramas de amor e infidelidade.
A direção de Woody Allen e a cinematografia de Vittorio Storaro são elogiadas, especialmente em comparação com o projeto anterior de Allen, “Rainy Day in NY”, que aparentemente deixou a desejar visualmente. A melhoria na cinematografia indica uma produção mais refinada e eficaz desta vez.
O filme apresenta uma série de personagens breves que contribuem com falas marcantes e interessantes ao longo das diferentes vinhetas. Algumas dessas histórias paralelas parecem ter um potencial de desenvolvimento que poderia ter sido mais explorado, como o caso da personagem Carmen Salta, que, apesar de aparecer brevemente, deixa uma impressão forte no espectador.
No entanto, uma crítica levantada é o elenco de Wallace Shawn no papel principal. Sua atuação, em contraste com a de Gina Gershon, não convence totalmente no que diz respeito à química romântica entre os personagens. A falta de credibilidade no relacionamento deles é um ponto fraco no filme, com Shawn entregando suas falas de maneira lenta e irônica, o que não parece se alinhar bem com o restante do elenco. A direção de Allen para o personagem de Shawn, descrito como um sonhador desajeitado, também é questionada.
Apesar desses desafios, “O Festival do Amor” é descrito como um romance episódico e leve, que, embora não alcance o brilhantismo de obras anteriores de Allen como “Vicky Cristina Barcelona”, ainda oferece entretenimento e diversão. É um filme que pode ser apreciado por aqueles que buscam uma comédia romântica suave e bem escrita, mesmo que falte um pouco da faísca encontrada em trabalhos mais aclamados do mesmo diretor.