O Rei dos Assassinos
Os maiores assassinos do mundo são contratados simultaneamente para matar Jorge Drakos, auto-declarado como Rei dos Assassinos, porém eles descobrem estão presos em uma competição para ver quem é o verdadeiro Rei dos Assassinos.
Análise de “O Rei dos Assassinos”
“O Rei dos Assassinos” poderia ter sido um marco engenhoso no gênero de ação, mas infelizmente, tropeça em sua própria trama previsível. A participação de Frank Grillo, cujo nome desperta expectativas, rapidamente se dissolve numa revelação que é tudo menos surpreendente, uma vez que o ator encarna o vilão da história. A tentativa de mistério é efêmera, com o roteiro expondo seu antídoto contra a suspensão rapidamente, talvez num ato de misericórdia para com o espectador atento.
A obra não só sucumbe ao peso dos clichês, mas parece se acomodar confortavelmente entre eles. Cada confronto, cada personagem com sua expressão carrancuda e cada diálogo antecipam o inevitável, até mesmo a inserção de um antagonista estereotipado que não foge à regra. O filme, em seus desdobramentos narrativos, parece uma sombra pálida do que poderia ter sido um balé violento e poético de confrontos e lutas. No entanto, as coreografias de ação, que poderiam ser o salvamento do filme, são prejudicadas por uma direção de fotografia que mais confunde do que esclarece.
Esta produção parece não apenas familiarizada com seu irmão mais velho, “Killing Gunther”, mas também presa à sua sombra, incapaz de alcançar a autenticidade e o humor autoconsciente que a obra anterior possui. A diversão despreocupada de “Gunther” é algo que “O Rei dos Assassinos” tenta, sem sucesso, replicar.
Em uma manobra de ambição desmedida, o filme se estende além do seu fechamento, deixando pontas soltas em uma tentativa transparente de pavimentar o caminho para sequências futuras. A revelação do grande vilão e as intenções expostas no clímax são tão desprovidas de sutileza quanto um tiro em meio a um silêncio desconfortável, parecendo uma escolha narrativa menos inspirada e mais voltada para o merchandising de futuras aventuras.
Contudo, nem tudo é desespero em “O Rei dos Assassinos”. Para os aficionados por ação que não buscam rigor em roteiro ou originalidade, há um certo charme rústico em sua execução. O filme, embora tropece em sua narrativa e sofra com uma execução que carece de claridade, ainda pode oferecer uma dose de entretenimento descompromissado. É um daqueles casos onde o prazer na assistência é diretamente proporcional à disposição de suspender a descrença e aceitar a aventura pelo que ela é: uma montanha-russa de ação repleta de altos e baixos, mas em última análise, ainda capaz de entreter.