Viva o México!
Pancho volta à sua cidade natal com a esposa e os filhos para receber a herança deixada pelo avô. Mas seus parentes não vão deixar barato.
Análise de “Viva o México!”
“Pancho e a Ganância” é um filme que despertou sentimentos distintos e opiniões divididas. Por um lado, apresenta-se como uma sátira ácida que visa criticar a ganância desenfreada, abordando temas como o governo, classes sociais, corrupção e a histórica exploração da América Latina. A frase “tão longe de Deus e tão perto dos Estados Unidos” encapsula o espírito crítico do filme e sua abordagem da relação desigual entre os países. No entanto, a execução do roteiro deixa muito a desejar. As inconsistências no arco dos personagens, em especial o de Pancho, são evidentes. Um engenheiro bem-sucedido que, ao voltar à sua terra natal, parece perder toda a sagacidade e conhecimento, tornando-se vulnerável às artimanhas daqueles ao seu redor. A transformação abrupta e não convincente de Pancho, juntamente com a aparente falta de evolução da personagem de sua esposa, vaidosa e consumista, torna o filme difícil de digerir. O retrato dos mexicanos no filme é problemático. Eles são mostrados quase universalmente como egoístas, corruptos e pouco inteligentes, uma visão estereotipada e negativa. O filme falha em mostrar a diversidade e riqueza cultural do México, em vez disso, opta por um retrato unidimensional. A tentativa de sátira, que poderia ter sido incisiva, acaba por ser cansativa e, em alguns momentos, até contraditória. Em resumo, “Pancho e a Ganância” tenta ser uma crítica social, mas falha na execução e na representação sensível de seus personagens.